O que é?
A energia reativa é uma forma de energia elétrica que não produz trabalho, mas que é essencial para a criação de campos magnéticos, necessários para o correto funcionamento de alguns equipamentos como motores elétricos, transformadores, entre outros equipamentos.
Energia Reativa Indutiva e Energia Reativa Capacitiva. Quais as diferenças e quando se paga cada uma delas?
Existem dois tipos de energia reativa: a indutiva e a capacitiva. A energia indutiva é a energia consumida da rede pública e a energia capacitiva é a injetada pela instalação na rede pública. Como esta energia produz perturbações na rede pública, é paga na fatura de eletricidade, de acordo com os valores publicados pela ERSE, pelas instalações em Muito Alta Tensão (MAT), Alta Tensão (AT), Média Tensão (MT) e Baixa Tensão Especial (BTE).
As regras estabelecidas pela ERSE para a cobrança da energia reativa têm a finalidade de aumentar a eficiência do sistema elétrico e reduzir as perdas nas redes de transporte e distribuição e são:
- Reativa indutiva – quando a energia reativa excede 30% da energia ativa consumida, durante as horas fora de vazio de acordo com os seguintes escalões:
- Escalão 1: quando a energia reativa é maior ou igual a 30% e menor que 40% da energia ativa consumida;
- Escalão 2: quando a energia reativa é maior ou igual a 40% e menor que 50% da energia ativa consumida
- Escalão 3: quando a energia reativa é maior ou igual a 50%
- Reativa capacitiva – quando a energia reativa é fornecida pela instalação à rede durante as horas de vazio.
A cobrança da energia reativa só é efetuada a partir do 8º mês de arranque da instalação, de forma que o consumidor consiga dimensionar corretamente o seu consumo de energia reativa.
Compensação da energia reativa
Sendo uma energia em que não se pode evitar o seu consumo, a solução para minimizar o impacto na fatura passa por compensar este consumo.
A sua compensação implica o ajuste adequado do fator de potência. O fator de potência (cos φ) mede o grau de eficiência da instalação elétrica, assumindo valores entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a eficiência energética.
Para tal, os consumidores podem recorrer à instalação de baterias de condensadores, equipamento este que fornece a energia reativa aos equipamentos que dela necessitem para o seu arranque e evita a injeção na rede pública elétrica.
Com a instalação da bateria de condensadores, estando esta com o fator de potência adequado ao consumo da instalação, obtêm-se retornos de investimento muito interessantes e otimiza-se a instalação elétrica em termos de eficiência energética.
Faturação da energia reativa
Para as instalações consumidoras em MAT, AT, MT e BTE, são faturados os seguintes termos de energia reativa (de acordo com os valores publicados pela ERSE):
- Reativa indutiva – existem 3 escalões para faturação desta energia de acordo com o fator potência. Cada um destes escalões tem um fator multiplicativo que se aplica ao preço de referência publicado pela ERSE:
- Escalão 1 – 0,93 <= cos φ < 0,95 => fator multiplicativo = 0,33;
- Escalão 2 – 0,89 <= cos φ < 0,93 => fator multiplicativo = 1;
- Escalão 3 –cos φ < 0,89 => fator multiplicativo = 3